Uma geração de mulheres decide combater a ditadura da magreza
com muito estilo
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Preta Gil estrela campanha de linha plus size para C&A (Foto: Luciana Prezia/Divulgação) |
90, 60, 90. Por muito tempo,
essas foram as medidas que o universo da moda ditou como ideais para o corpo
feminino. Na vida real, porém, atire a primeira pedra a mulher que nunca quis
perder aqueles 2 quilinhos extras. Ter os seios, a cintura e o quadril com a
centimetragem ditada pelas passarelas também pode ser considerado uma tarefa
quase impossível e um sonho inatingível. Com um olho na fita métrica e outro na
balança, uma geração de mulheres cresceu desejando poder vestir um jeans 38 ou,
melhor ainda, aquele vestido 36.
Distante deste pensamento
limitado, para não dizer tacanho, imposto pela indústria da moda, nomes de peso
(literalmente!), decidiram com quantos metros de tecido uma gordinha se veste
bem. Capitaneada pela cantora Beth Ditto - 1,57m, 95 quilos, estrela do desfile
de Verão 2011 de Jean Paul Gaultier e de um polêmico editorial de fotos de nu
para a revista Love e dona de uma coleção plus size para a marca britânica
Evans (Ufa!)-, mulheres do showbizz levaram para as páginas das revistas seus
shapes curvilíneos.
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Exemplo: além de vocalista da banda The Gossip, Beth assinou coleções plus size para a Evans (Foto: Reprodução) |
Intitulado Belle Vere, ou Belas Reais, o editorial da revista Vogue Italia
colocou, definitivamente, as moças de medidas nada econômicas no topo da cadeia
fashion. Em imagens P&B, Tara Lynn, Candice Huffine and Robyn Lawley posam
só de lingerie. “Um número cada vez maior de leitores quer ver o mundo real,
habitado por pessoas reais, retratado na revista. São pessoas normais, não
obcecadas em serem magras, que aceitam e respeitam seus corpos como eles são”,
definiu Franca Sozzani, editora da revista, apoiadora de campanhas contra a
anorexia, polêmica e poderosa como só uma editora da Vogue pode ser.
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Com o ensaio Belle Vere, a Vogue Italia quebrou paradigmas no mundo da moda (Foto: Reprodução) |
E se revolucionária é alguém cuja
carteira de trabalho diz "Diretora da revista Vogue", quem somos nós
para duvidar? As cadeias de fast fashion certamente não ousam duvidar das
poderosas papisas da moda e, ainda mais, de milhões de mulheres que querem que
as tendências da temporada evoluam para além do tamanho M. Prova disso está em
solo tupiniquim.
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Sob a batuta da democratização, não importa se a
"freguesa" é dona dos 90, 60, 90 ou de alguns (bons) centímetros a
mais, se é famosa o suficiente para ter o rosto impresso em uma revista cuja tiragem
alcança a casa dos milhões de exemplares ou se é alguém que circula por um
shopping qualquer em busca daquele vestido que dá um up instantâneo na
auto-estima. No mundo real - perdoem-nos os adeptos do clichê "plus
size" -, seja no tamanho 36 ou no 56, o que desejam as mulheres é simples:
estar bonita. E Franca, novamente ela, não nos deixa mentir: “As mulheres curvilíneas estão de volta
com todo o seu esplendor. Um corpo de linhas arredondadas e exuberantes é muito
mais sexy”.
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Making of da campanha de roupas plus size C&A estrelada por Preta Gil (Foto: Luciana Prezia/Divulgação) |
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