29 de nov. de 2012

Desconto, desconto meu

Comprar e nunca usar, errar feio no tamanho, só perceber o defeito na peça quando já chegou em casa. Já pagou mico em liquidações? Ensinamos os truques infalíveis para cair em tentação sem se arrepender depois
Por Priscilla Sobral e João Fantini
Nos Estados Unidos, liquidações como a Black Friday, que aconteceu no último dia 23, atraem milhares de consumidores ávidos por descontos impressionantes (Carlo Allegri - Reuters)
40%, 50%, 60%. Liquidação, promoção, saldo. Vamos ser sinceros e fazer a confissão: eu, (coloque seu nome aqui), já me senti atraído por uma dessas palavras ou qualquer de seus sinônimos. Para os shopaholics de plantão ou para aqueles que visitam o shopping uma vez por semestre, comprar com descontos é mais do que atrativo, é algo quase hipnotizante. E não importa se são marcas de luxo ou fast fashion, levar para casa peças cujas etiquetas têm remarcações parece sempre um negócio atrativo. Nos desculpe, portanto, por acabar, ao menos por um momento, com o sonho dourado dos viciados em liquidações: nem todas elas são o paraíso dos preços baixos e escondem-se por baixo de araras e atrás de adesivos de "sale" uma extensa lista de armadilhas.

Arquitetadas para acelerar as trocas de coleções, as vendas especiais são território fértil para as lojas desovarem todo tipo de peça, das que encalharam até aquelas queridinhas dos consumidores, mas com preços muito altos para a maioria dos bolsos. É nessa corrida desenfreada rumo aos saldões, contudo, que muitos compradores adquirem mais do que bons descontos. Nas sacolas dos mais desavisados ou apressados, podem vir de micos a king kongs das compras. 



Além dos preços muito mais convidativos, promoções escondem alguns truques que podem enganar os mais desavisados (Reprodução)
Confusões no tamanho são o primeiro e os mais clássicos dos erros cometidos nas promoções. Na pressa de aproveitar a loja toda ou na busca incessante por determinada peça, muita gente esquece ou desiste de provar o que pretende arrebatar no caixa. O que acontece ao chegar em casa? A calça perfeita fica apertada ou o tão sonhado vestido fica curto demais. Sem a vantagem da troca, não há santo padroeiro de black friday que resolva problemas de silhueta. Por isso, antes de se empolgar achando que dá para ajustar qualquer coisa na costureira, faça uma visitinha ao provador e encare o espelho por todos os ângulos. Ignore as filas do lado de fora e aproveite também para fazer testes básicos, mas infalíveis. Para casacos, feche os botões e mexa os braços em um autoabraço, pois ninguém quer ficar preso dentro da roupa. Para calças, saias, shorts e afins, não esqueça de sentar e testar o conforto nas pernas e se o "cofrinho"não aparece em hipótese alguma. 

Tamanhos acertados e você acha que já pode sair do provador, certo? Errado. Aproveite seus cinco minutos de privacidade para checar a qualidade do que está para entrar no seu armário. Faça um check-up completo e confira as costuras, os zíperes, os acabamentos e também as etiquetas. Nelas, vale ler a composição da peça antes de comprar poliester acreditando ser algodão. O olhar atento vale até para aquelas roupas que ganham descontos por causa de "pequenos" defeitos. Aqui, vale reparar, por exemplo, em um casaco que está com 70% off pela falta de um botão simples, mas é melhor deixar para trás caso o problema sejam zíperes quebrados, desfiados aparentes ou problemas ainda mais graves, como manchas ou furos.Com a certeza de ter acertado no tamanho e na qualidade da pechincha da vez, a questão agora é saber se o tal baratex recém-adquirido não vai encalhar.

Com preços de fazer os olhos brilharem, muitas vezes nos deixamos levar por impulsos que se tornarão os solteirões dos nossos closets. Para evitar a solteirice fashion, nunca é demais pensar duas vezes na sua compra e se perguntar: "Como vou combinar isso?" e "Preciso mesmo dessa peça?". Se as respostas para ambas forem afirmativas, lembre-se ainda de que alguns clássicos de qualquer guarda-roupa podem durar muito mais caso você opte por investir em uma calça preta com caimento perfeito, uma ótima jaqueta de couro ou uma bota que enfrente vários invernos e tenham alguns cifrões a mais na etiqueta. 



Nada pior do que chegar em casa com a peça em tamanho errado. Por isso, sempre vale fazer um double check antes de chegar ao caixa (Reprodução)
Antes de deixar a loja, duas máximas para não pagar aquele mico. Controle a empolgação e não leve a loja inteira para presente. Sem dar ao presenteado a chance de trocar o que ganhou, corre-se o risco de deixar família e amigos com não mais do que uma lembrança ruim em mãos. Por fim, na hora daquela "choradinha" final, preste atenção ao pagamento. Na maioria dos casos, vale pagar à vista e evitar dividir as compras em infinitas prestações, tanto para fugir dos juros quanto para não perder o controle sobre as finanças no fim do ano. 

Restando menos de um mês para o Natal - leia-se para o início da temporada de descontos pós-festejos - a tentação parece ser ainda maior. Afinal, quem não quer aquela roupa nova para os dias quentes que estão para chegar? Antes de mergulhar nas lojas, porém, tenha em mente que toda liquidação têm seus truques e que olhos atentos não se deixam enganar por promessas tentadoras, mas difíceis de serem cumpridas - Chanel por R$ 100? Precisa dizer que é para desconfiar? Se o preço é mesmo bom, a qualidade é boa e o caimento parece feito para você, contudo, é só correr pro abraço. Ou melhor, para as liquidações.

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