11 de dez. de 2012

Pipoca e passarela

Na semana do primeiro São Paulo Fashion Film Festival (SPFFF), elegemos os seis filmes clássicos que mais inspiram (ou foram inspirados) pelo universo da moda

Por Priscilla Sobral e João Fantini

Audrey Hepburn em cena de "Bonequinha de Luxo", filme cujo figurino se tornou um símbolo de elegância (Reprodução)
Os vestidos com camadas e mais camadas de tecido usados por Kirsten Dunst em "Maria Antonieta". O little black dress de Audrey Hepburn em "Bonequinha de Luxo". O estilo contemporâneo e ditador de tendências do quarteto da série de longas Sex and the City. O que todos eles têm em comum? São figurinos de filmes que marcaram a relação quase simbiótica entre moda e cinema. 

Não é de hoje que a sétima arte influencia o que veremos nas passarelas ou que o universo fashion é retratado na telona. Direta ou indiretamente,  em documentários ou longas de ficção,  explorar a relação entre uma época, uma sociedade e um estilo é assunto para dezenas de filmes lançados anualmente. E são exatamente eles que ganham um inédito festival.

Batizado de São Paulo Fashion Film Festival, o primeiro SPFFF domina a Cinemateca Brasileira nesta quarta-feira (12.12) e quinta-feira (13.12). Por lá, os curadores Jacques Dequeker e Marcos Mello exibem duas rodadas de trabalhos que concorrem a uma câmera Epic M Monochrome. Entre uma exibição e outra, palestras de nomes como o maquiador Fernando Torquatto e o diretor de moda da revista Vogue, Giovanni Frasson. 

Nesse clima “sessão pipoca”, a Estilopedia desta semana elegeu seis filmes clássicos cujos figurinos despertaram tanta atenção e desejo quanto suas tramas. A lista, é claro, é muito mais longa do que é possível escrever aqui e muda a cada lançamento. Longe de querermos a unânimidade, dividimos com vocês os nossos básicos e indispensáveis:A Bela da Tarde



Catherine Deneuve vestindo Yves Saint Laurent. Só essa combinação já seria suficiente para colocar “A Bela da Tarde” no topo da nossa lista. Suas ótimas premissas, contudo, vão além de um figurino primoroso: na trama dirigida Luis Buñuel, Deneuve interpreta Sevérine, jovem com um casamento entediante que procura um bordel para satisfazer suas fantasias sexuais e acaba se apaixonando por um criminoso. A tarde uma prostituta de luxo, a noite uma esposa recatada, a personagem se transforma através das criações de Saint Laurent e deleita a nós, pobres mortais, na mais elogiada obra do diretor símbolo do cinema surrealista.Grande Hotel



Com Jane Fonda, Catherine Deneuve e Audrey Hepburn, faltava a lista um clássico com Greta Garbo e “Grande Hotel” traz Garbo em um dos papéis mais interessantes de sua carreira. No longa, baseado na peça homônima de William A. Drake e no livro “Menschen im Hotel”, Garbo interpreta uma bailarina hospedada em um luxuoso hotel na Berlim pré-Segunda Guerra Mundial. Lá, ela conhece o barão Von Geigern, em quem enxerga uma possibilidade de mudar de vida. Em meio ao romance, diversas tramas paralelas se desenrolam nos domínios do hotel e é assim que o espectador pode observar um bem feito apanhado da moda da década de 30, em sua austeridade e elegância e nas mais diversas esferas sociais.
Barbarella



Jane Fonda pode ter uma das carreiras mais longas de Hollywood, mas nenhum filme marcou a carreira da atriz como este longa de 1968. Nele, Fonda é uma astronauta que vive no século 41 e viaja pelo espaço para salvar o planeta Lithium do vilão Duran Duran (sim, o nome da banda é inspirado exatamente nesse personagem). Deixando de lado a trama trash de ficção científica, o figurino foi todo concebido por Paco Rabanne e sintetiza em duas horas o espírito futurista da década de 60, apostando muitas fichas em vestidos estruturados e macacões justíssimos. Não é à toa que muito marmanjo por aí caiu de amores por Barbarella e seus cabelos esvoaçantes, certo?
Bonequinha de Luxo



Dirigido por Blake Edwards e com figurino criado por Edith Head, o clássico de 1961 traz Audrey Hepburn no papel mais célebre de sua carreira, o da prostituta de luxo Holly Golightly, cujo maior objetivo de vida é enriquecer por meio do casamento com um milionário. Tendo Nova York como cenário e a joalheria Tiffany como locação principal – onde a personagem toma seu café da manhã diariamente -, o longa eternizou a combinação de vestido preto, colar de pérolas, sapatilhas e coque nos cabelos.  Com certeza, é um dos figurinos mais memoráveis da história do cinema ocidental. Curiosidade: Audrey foi por conta própria encomendar seu figurino com Hubert Givenchy, que desde “Sabrina” tinha como responsabilidade (nada pequena, diga-se de passagem, de desenhar para atriz. 

Cinderela em Paris


Audrey Hepburn ataca novamente (#AlertaMusa). Dessa vez, tendo Paris como cenário. Neste clássico de 1957, a trama gira em torno de uma revista de moda, a Quality Magazine, que está em busca de sua nova musa. Vendedora de uma livraria, Jo Stockton (aka Hepburn) é essa pessoa, mas o convite da editora Maggie Prescot só é aceito quando a cidade luz e um fotografo pra lá de charmoso – interpretado por Fred Astaire – entram na jogada. Tendo como cenário os pontos mais belos da Cidade Luz (quem nunca suspirou por uma foto da Torre Eiffel?), Mrs. Hepburn desfila com figurinos que despertariam todos os desejos consumistas de qualquer fã dos anos 50.

Grease

Com Olivia Newton-John e John Travolta interpretando o casal de protagonistas, o musical lançado em 1978 retrata a realidade da juventude norte-americana da década de 1950. Além de eternizar as canções "Summer Nights" e "You´re The One That I Want", o longa também faz um retrato fiel do estilo romântico e moderno da época. Para elas, estão lá os vestidos e saias de cintura marcada e as calças cigarrete usadas com sapatilha. Para eles, é quase um uniforme a combinação entre jeans e jaqueta de couro preta. Se for para cantar junto ou apenas inspirar-se nas combinações, Grease é imperdível.

São Paulo Fashion Film Festival (SPFFF)
12 e 13 de dezembro
Cinemateca Brasileira
Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino
Tel. (11) 3512-6111
Inscrições pelo site oficial do evento 

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