7 de nov. de 2012

Sacoleiros S.A

Paraíso das fast-fashion, os Estados Unidos recebem número inédito de brasileiros loucos por compras

Por Priscilla Sobral e João Fantini
Loucos por compras, brasileiros superaram chineses em vistos de turismos para os EUA em 2011 (Reprodução)
Conhecer a Estátua da Liberdade, dirigir pela Rodeo Drive, assistir um musical da Broadway, apostar suas fichas em um cassino em Vegas, abraçar o Mickey. Clássicos programas norte-americanos, mas nenhum deles ocupa o topo da lista do que os brasileiros que desembarcam na Terra do Tio Sam desejam fazer. E não importa se já se tem o passaporte carimbado mais de uma dezena de vezes pela alfândega gringa ou se ele será analisado pela primeira vez, aqui temos de ser sinceros: o que queremos mesmo é encher nossas malas com quantas sacolas o limite de peso nos permitir. Pronto, falamos.Confissão da alma sacoleira feita, os números estão aí para justificar. Pela primeira vez, o Brasil superou a China em números de vistos de turismo emitidos pelo consulados americanos no País. Eles foram 746 mil em 2011, contra 701 mil dos chineses. Para explicar o fenômeno, não é preciso ser especialista. Com o crescimento da classe C, muita gente está saindo do Brasil pela primeira vez e o turismo de compras nos EUA é a primeira opção de quem vai cruzar o Atlântico pela primeira vez. Se pontuarmos apenas a diferença de preço dos eletrônicos, investir em uma passagem aérea já valeria cada centavo, mas se falarmos ainda sobre roupas e acessórios, aí o negócio começa a ficar irresistível. 


Com milhares de lojas espalhadas pelos EUA, a GAP é símbolo do casualwear norte-americano e tem planos de desembarcar no Brasil em 2014 (Reprodução)
Paraíso do consumo, cidades como Miami, Orlando, Las Vegas e Nova York concentram centenas de lojas de luxo em apenas alguns quarteirões. Não é, contudo, de sacolas de Louis Vuitton e companhia que enchemos a maior porcentagem do espaço de nossas malas. O vício aqui é nas fast-fashion. Queridinhas de quem procura tanto peças básicas quanto a última tendência das passarelas, elas são capazes de reunir em um único espaço (e que espaços!), opções para todos os gostos e estilos com preços que quase nos fazem chorar de emoção consumista (diz aí que não é para se emocionar com camisetas de 5 dólares?).Sinônimo do melhor casual wear americano, a GAP é a maior varejista da indústria do vestuário nos EUA - além dos milhares de endereços de sua principal marca, o grupo controla também a Banana Republic e a Old Navy, entre outras etiquetas. Destino certo para quem procura conforto e qualidade, a gigante fundada em 1969 vende quase todo tipo de roupa, desde ótimas lingeries na Gap Body até os mais fofos macacões na linha babyGap, passando, é claro, pelos indispensáveis, como jeans e t-shirts de modelagens diversas. Para sair do óbvio, fuja dos manjados casacos de moletom com o logo bordado e procure por calças bem cortadas, ótimos conjuntos para a academia e acessórios como lenços de estampas coloridas e sapatilhas divertidas. 


A Forever 21 é especializada em reproduzir tendências dos desfiles a ótimos preços (Reprodução)
Ainda no rol das marcas "da casa", a Forever 21 é a perdição de qualquer fashionista. Com lojas gigantescas, essa fast-fashion é especialista em reproduzir as tendências das marcas de luxo com uma rapidez sobrehumana e precinhos muy amigos. Quer aquela saia mullet que vc não tem certeza se vai usar mais de uma vez? Lá tem. Quer um jeans verde-água, salmão ou amarelo neon? Lá tem. Quer um maxicolar que combina com determinada blusa? Lá tem. Quer comprar tudo isso às 2h da manhã? Para as noites de insônia, a loja da Times Square fica aberta na madrugada. E o melhor de tudo é que, quando a tendência mudar, o bolso ainda estará cheio para outra voltinha entre as araras. 
A gigante sueca H&M abre megaloja na Quinta Avenida, em Nova York, no primeiro semestre de 2013 (Reprodução)
Feitas as honras nacionais, é impossível negar que são duas marcas europeias que reinam soberanas no território da moda rápida e barata. A espanhola Zara já tem seu público cativo no Brasil, por isso voltemos nossas atenções para a sueca H&M. Famosas por suas parcerias com labels de luxo - leia-se Versace, Lanvin e Maison Martin Margiela, só para citar algumas - essa megastore da moda aposta tanto em peças mais elaboradas como nos bons e velhos básicos-e-necessários. Já pensou em comprar, no mesmo lugar, um pacote de meias brancas, uma jaqueta de couro incrível, um vestido criado por Donatella Versace herself e aquele esmalte do it-tom de azul? Na H&M tem tudo isso e mais um pouco, sem exageros.
Loja da japonesa Uniqlo na Quinta Avenida, em Nova York. Marca conquistou os americanos com ótimos básicos e preços supercompetitivos (Reprodução)
Do outro lado do planeta, a japonesa Uniqlo é a mais nova no time das fast-fashion a dominar os EUA. Fundada em 1984, a marca é hoje dona dos endereços com os mais incríveis projetos arquitetônicos. Minimalistas e repletos de espelhos, vidro e aço, as lojas realmente levam a sério a proposta de fazer roupas "para todos". Pelos corredores, espalham-se opções das mais variadas, mas o foco está mesmo nas boas peças de alfaiataria. Blazers, saias, calças e camisas tem preços pra lá de competitivos e compõem um guarda-roupa versátil com camisetas divertidas e jeans no fim de semana ou saltos altos para os dias de batente. Para anotar: não deixe de passar no setor de underwear, com infinitas opções de lingeries e pijamas.

Se só de falar em quarto fast-fashion a vontade de encarar algumas horas no avião já cresce – adicione também as férias de fim de ano anunciando sua chegada -, imagine só quando começarmos a aumentar a lista: American Eagle Outfiters, Aeropostale, Bershka, Love Culture e por aí vai. Todas prontas para competir pela antecipação dos desejos de compradores que chegam de todos os cantos do globo. No que depender do dueto vontade de consumir e arte de vender, brasileiros e Americanos vão formar a dupla ideal. Boa viagem!

Nenhum comentário:

Postar um comentário